Fura-Fila completa um ano com ônibus lotados
Passageiros aprovam rapidez, mas reclamam de coletivos cheios e da falta de manutenção. Outra queixa é a demora nos finais de semana
O Fura-Fila -corredor de ônibus que liga o Sacomã (zona sul) ao parque Dom Pedro (região central) - apresenta sinais de descaso na manutenção um ano após o início das operações comerciais, em 10 de março de 2007. O Vigilante Agora viajou na última semana nos ônibus do Fura-Fila, rebatizado pela atual gestão de Expresso Tiradentes, e constatou equipamentos quebrados e a falta de atendentes no guichê onde é carregado o bilhete único.
Passageiros relatam de problemas em alguns ônibus em uma obra que, mesmo inacabada, já consumiu R$ 800 milhões. Por outro lado, a redução no tempo de viagem - de 40 minutos para 12 minutos, em média - mantém a aprovação pelo usuário.
A linha começou a operar com dez ônibus articulados energia elétrica e a diesel. Hoje, a proporção se inverteu: 17 articulados e quatro híbridos.
"Gasto menos tempo, mas o problema são os híbridos, que param muito. Eu evito", diz o vigilante Elson Nogueira Antônio, 24 anos. "Já quebrou comigo", diz a caixa Sônia Marina, 35 anos. "Quebrou uma vez", diz Marcos Antônio, 38 anos, técnico em eletrônica.
Em um ano, o número de usuários por dia útil pulou de 29 mil para 42,5 mil, 46,5% a mais. Já a capacidade da frota cresceu em 223 lugares (9,6%) e em um número menor de ônibus: 21 ante 25 no início. Karina Gonçalves, 19 anos, que trabalha em cartório, reclama. "Acho que é muito cheio." O estudante Thiago Wieser, 20 anos, que gosta do Fura-Fila, tem opinião semelhante. "Acho que tem que ter mais ônibus. Aumentou [o número de passageiros na linha]", afirma.
Os usuários pedem também a redução no intervalo entre os ônibus nos fins de semana. "Demora muito, principalmente, aos sábados", diz Sônia Marina. "[Precisa de] um pouco mais de rapidez", diz o açougueiro Altair Nicolete, 31.
Estrutura
Na quarta às 8h, o terminal Sacomã tinha só dois dos oito guichês de recarga do bilhete único em funcionamento, o que criava fila. As máquinas automáticas, que não dão troco, estão sem a opção de pagamento com cartão de débito em todas as estações.
Na estação C.A. Ypiranga e no terminal Mercado um dos elevadores estava quebrado. Na Metrô Pedro 2º, eram os dois parados. Se os passageiros do Fura-Fila ganharam tempo, os de outras dizem ter sido prejudicados por alterações de itinerários.
"Eu pegava um ônibus direto para o Metrô Santa Cruz. Agora pego dois: um até o terminal e outro até o metrô. Fazia em 30 minutos agora perco 45 minutos", diz Celso Abreu, 20, que trabalha com comércio exterior.
Resposta
'Problemas são corrigidos e lotação é adequada'
SPTrans informou que a nível máximo de conforto dos passageiros no Fura-Fila é de 4,5 passageiros por m2, enquanto no sistema a média é de dez, Quando um ônibus quebra, diz a secretaria, os usuários seguem viagem em até cinco minutos. A SPTrans diz estar em estudo o ar condicionado em mais veículos. A empresa nega problemas no elevador da C.A. Ypiranga diz e que os demais problemas serão consertados.
O número de extintores, diz, é aprovado pelos bombeiros. Haverá mais um bebedouro por estação. A SPTrans afirma que as partidas aos fins de semana ficam entre três e cinco minutos e que as alterações nas demais linhas estão de acordo com o "novo sistema em implantação".
Já o cartão de débito, diz a SPTrans, pode ser usado em outros postos da rede credenciada.
Fonte: AGORA SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário