quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

NOTICIA

Expresso Celso Garcia estréia com pouca procura e lentidão

De manhã, alguns ônibus chegaram a circular com menos de dez pessoas. À tarde, média ficou abaixo da esperada

Baixa procura por parte dos passageiros e lentidão no trajeto marcaram o primeiro dia de funcionamento do Expresso Celso Garcia, que liga os terminais Aricanduva, A. E. Carvalho e Penha, na Zona Leste, ao Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo. Segundo a Prefeitura, pela manhã, 1.377 passageiros usaram o novo serviço, e o ganho de tempo teria sido de 20 minutos, em média. Alguns passageiros, porém, afirmaram que o tempo de viagem foi o mesmo de antes, apesar de aprovarem a viagem sem paradas. A expectativa é beneficiar 5 mil pessoas.
A forte chuva que caiu na manhã de ontem, a volta às aulas em escolas particulares e alguns semáforos quebrados ao longo do corredor da Avenida Celso Garcia complicaram o trajeto dos ônibus expressos. Às 9h30, congestionamentos somavam 136 quilômetros na capital, o recorde do ano, de acordo com a CET.

Primeiro teste

Na manhã de estréia, a procura pelo Expresso Celso Garcia foi baixa. No Terminal Penha, a primeira viagem rumo ao Centro saiu com apenas um passageiro, a segunda com seis, e a terceira sem nenhum. "Recebi agora um panfleto avisando, e resolvi experimentar. Vamos ver...", disse o técnico em manutenção Kléber Antônio, de 48 anos, o único passageiro que iniciou a primeira viagem no Terminal Penha.
No Terminal Aricanduva, a primeira viagem partiu com 31 passageiros, e a segunda com 26. Por fim, no Terminal A. E. Carvalho, o primeiro coletivo levou 43 pessoas; o segundo, 47; o terceiro, 48; e o último, 36. Números baixos, já que os ônibus comportam até 100 pessoas.
A volta para casa não foi muito diferente. Na operação da tarde, o primeiro ônibus a deixar o Terminal Dom Pedro II com destino ao Terminal A. E. Carvalho, às 17h15, tinha apenas 22 pessoas.
"A procura está baixa porque ainda é o primeiro dia. A surpresa foi no Terminal Penha, que ficou muito abaixo do esperado. Teremos que reavaliar, para ver se é o caso de manter essa linha", afirmou Wagner Chagas, gerente regional da SPTrans na Zona Leste. A expectativa era de, no mínimo, 30 passageiros por viagem.
A divulgação do novo serviço foi feita pelos alto-falantes dos terminais e por meio de panfletos. Um banner indicava qual a plataforma dos ônibus expressos.
Em alguns casos, o tempo de viagem também ficou acima do esperado. A previsão era de que os expressos que partissem do Terminal A. E. Carvalho chegassem ao Centro em cerca de 50 minutos. Porém, o ônibus que saiu às 7h30 levou uma hora e 15 minutos para concluir o trajeto. "É mais ou menos o mesmo tempo que levo com o ônibus convencional", disse o conferente Eduardo Wellington Ferreira, de 22 anos.

Medida passa despercebida em seu primeiro dia

Nos pontos de ônibus da Avenida Celso Garcia, quase nenhum passageiro sabia dos coletivos expressos e semi-expressos. A novidade, porém, não interferiu na vida dos usuários, pois a Prefeitura não remanejou nenhuma das linhas já existentes com destino ao Terminal Parque Dom Pedro II.
Esse é ocaso do chefe de cozinha Hamilton Alves dos Santos, de 42 anos. "Eu trabalho no Brás e tenho que fazer baldeação no Tatuapé (também na Zona Leste). Para mim, o expresso não faz diferença. Mas, se na minha região tivesse uma linha dessas, eu usaria", disse Hamilton.Em alguns trechos da Avenida Celso Garcia, no sentido bairro-Centro, a Secretaria Municipal de Transportes adicionou uma faixa ao corredor de ônibus para que os coletivos fluíssem melhor. Um dos trechos ampliados da faixa, por exemplo, estava ontem nos horários de pico da manhã e da noite, no cruzamento com a Avenida Salim Farah Maluf. A medida, no entanto, não alterou a rotina dos motoristas.
Fonte: ANTP

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