segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

COLUNA

Primeiro Plano - Ariverson Feltrin

Cai produção de ônibus

O ano de 2009 será recorde na venda de carros, porém, o mesmo não ocorrerá com o setor de carrocerias de ônibus. Os fabricantes estimam que o ano vai fechar com vendas domésticas de 21,5 mil unidades, o que, se confirmado, representará queda de 14% sobre as 25.119 unidades comercializadas em 2008. Quadro mais complicado ocorre na exportação, que deverá absorver 4,1 mil unidades, 37% menos que as 6.488 carrocerias embarcadas ano passado. Neste contexto, a produção de carrocerias de ônibus deverá encerrar este ano com 25.600 unidades, 19% de queda em relação a 2008, com 31.607 unidades fabricadas.

Os números, previstos pelo Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) permitem algumas observações. A comparação de 2009, período de franca crise mundial, está sendo feita com o exercício do ano passado, recorde de todos os tempos. Mesmo assim este ano será o terceiro melhor resultado de todos os tempos na produção de carrocerias.

O presidente do Simefre, José Antônio Fernandes Martins, lista fatores que influenciaram positiva e negativamente o desempenho do setor de carrocerias de ônibus em 2009. Destaca entre os pontos positivos a nova linha de crédito com juros menores e prazos maiores disponibilizada desde agosto aos compradores de ônibus pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Cita também como fator parcialmente positivo o Programa Caminho da Escola, incentivo à compra de ônibus escolares promovido pelos Estados do Paraná, São Paulo e governo federal.

Caminho da Escola
Na lista de pontos negativos que influenciaram o conjunto da economia e o setor de ônibus, em particular, Martins cita as incertezas com a implantação do decreto das concessões das linhas federais e internacionais, restrições às linhas de fretamento em São Paulo, exportações afetadas pela crise e valorização do real e um Programa Caminho da Escola "não desenvolvido no ritmo que se esperava".

Copa e Olimpíadas
Para 2010, o presidente do Simefre está otimista em relação ao mercado interno. Estima vendas de 25 mil carrocerias, repetindo 2008, melhor ano do setor. Para o mercado externo acredita em retração de 20% a 25% sobre o volume de 2008. Contribuem para a expectativa de crescimento de vendas internas de ônibus um crescimento de 5% do PIB (Produto Interno Bruto), investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), maior desenvolvimento do Programa Caminho da Escola e prorrogação para 2011 das licitações das linhas de ônibus federais e internacionais. É preciso destacar que 2010 é ano de eleição para presidente da República e governadores. Nesse período, frotas de ônibus normalmente costumam ser renovadas com mais vigor. Há ainda para influenciar positivamente 2010 estudos e implantação gradual de sistemas integrados de transporte urbano para melhorar a mobilidade do sistema coletivo visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Time de fabricantes
As carrocerias de ônibus são fabricadas pelas brasileiras Caio/Induscar, Marcopolo, Busscar, Ciferal, Neobus, Comil, Mascarello mais a espanhola Irizar. As carrocerias são montadas sobre chassis fabricados pela Mercedes-Benz, MAN/Volkswagen, Scania, Volvo, Iveco mais a brasileira Agrale. O Brasil foi em 2008 o segundo maior produtor de chassis de ônibus do mundo de acordo com a Oica, organização internacional que compila os dados das montadoras. O maior fabricante brasileiro é a Mercedes, de São Bernardo. (Diário do Grande ABC)

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