terça-feira, 29 de dezembro de 2009

RIO

Confira o ranking das empresas de ônibus que receberam mais reclamações de leitores
Fernanda Baldioti

RIO - Na disputa realizada pela enquete do site do GLOBO - que pedia para que os leitores apontassem as linhas e os problemas que mais os incomodavam nos ônibus - o que as empresas de transporte menos queriam era chegar na frente. Mas, nas ruas, o excesso de velocidade é um dos problemas que mais incomodam os passageiros, segundo revelou a pesquisa. No ranking das dez empresas com mais reclamações, a Amigos Unidos foi a campeã, com 39 queixas contra suas linhas. Em segundo lugar ficou a Real Auto Ônibus, com 27 citações. A medalha de bronze foi para a Tijuquinha. Em seguida vieram, respectivamente, Transportes São Silvestre, Transurb, Transportes Pégaso, Braso Lisboa, Viação Verdun, Viação Saens Peña e Breda Rio.

Poucos carros na rua, problemas mecânicos constantes, excesso de velocidade, desconforto, demora no intervalo entre os ônibus, falta de higiene e superlotação foram os principais problemas apontados pelos leitores que fizeram queixas contra as linhas 107, 158, 175, 524, 546, 591, 592, 593, todas da Transportes Amigos Unidos. O diretor da empresa, Hélio Carvalho, informou que a manutenção dos carros ficou prejudicada em virtude da desapropriação das duas garagens na Estrada da Gávea (Rocinha). Carvalho ressaltou, no entanto, que a empresa está trabalhando para reverter esta situação. "Queremos prestar serviço de qualidade a nossos clientes", afirmou, em nota.

Já as 27 reclamações recebidas pela Real Auto Ônibus referem-se às linhas 121, 123, 127, 128, 132, 170, 172, 173, 178. As queixas mais recorrentes são com relação a baratas, falta de higiene nos bancos e vidros, assentos mal conservados, problemas mecânicos, excesso de velocidade, motoristas que não param nos pontos, falta de ar-condicionado e superlotação. A Real Auto Ônibus informou que a empresa faz dedetizações periódicas em sua frota e que, em função do forte calor, tem intensificado a aplicação do produto. Segundo a viação, todos os veículos recebem diariamente lavagem especializada. "Esse é um assunto de extrema importância para a Real, tanto que hoje contamos com um equipe de 126 pessoas dedicadas exclusivamente a esse serviço", disse a nota da assessoria de imprensa da empresa. Em relação à má conservação dos veículos, a Real Auto Ônibus informou que todos os carros são revisados periodicamente.

No terceiro lugar do ranking ficou a empresa Tijuquinha, com 19 reclamações abrangendo as linhas 220, 225, 226, 229, 234. Segundo os leitores, os principais problemas são superlotação, motoristas que não param no ponto, falta de ar-condicionado e de manutenção. Três leitores da linha 226 se queixaram do fato de os ônibus não terem mais ar-condicionado. Já os passageiros das linhas 229 e 225 reclamaram de horário irregular e do grande intervalo entre um ônibus e outro. A Viação Tijuca informou que opera com a frota determinada pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR). Sobre a demora, a empresa afirmou que, na linha 229, os veículos circulam com intervalos de cinco minutos. Já na linha 225, o espaço entre os veículos é de 15 minutos. A respeito da linha 226, a empresa informou que, devido a reclamações de usuários, somente tem ar-condicionado a linha que faz integração com o Metrô.

Os 16 leitores que fizeram com que a Transportes São Silvestre ficasse em quarto lugar no ranking apontaram problemas nas linhas 136, 154, 180, 184, 511, 512, 569, 570, 572, 573, 583, 584. Frota velha ou mal cuidada, espaço curto entre os assentos, superlotação e demora foram questões recorrentes. Nas linhas 136 e 154, os passageiros disseram ainda que os motoristas dirigem em alta velocidade, que faltam carros com ar-condicionado e que os veículos estão sujos e em péssimo estado de conservação. Já sobre a linha 180, os leitores afirmaram que, além de sujos, os vidros não abrem e as campainhas não funcionam. Os responsáveis pela empresa não retornaram aos contatos feitos pelo GLOBO.

Em quinto lugar na disputa ficou a Transurb, com 12 reclamações abrangendo as linhas 214, 390, 410, 422, 691. Em geral, os leitores se queixaram de excesso de velocidade, superlotação, motoristas que dirigem fumando, direção ofensiva, falta de higiene e de manutenção dos carros, horário irregular e frota velha. Passageiros da linha 410 reclamaram ainda da demora excessiva no ponto do antigo Bob's, na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon. A Transurb informou que recolhe os veículos toda noite "para fazer manutenção preventiva e corretiva, limpeza interna e externa, abastecimento, verificação de todos os itens de segurança, inclusive reposição de adesivos dentro dos veículos que os próprios usuários retiram e são informações obrigatórias". A empresa afirmou ainda que seu ônibus mais velho tem 2 anos e 4 meses.

A Expresso Pégaso recebeu 11 queixas pelas linhas S-20, 382, 387 e 1136. Excesso de velocidade - principalmente na Avenida Niemeyer e na Praia do Flamengo-, motoristas que não param nos pontos, ônibus com os bancos quebrados estão entre as queixas dos usuários. A coordenadora de Pessoal da Expresso Pégaso, Gisele Dutra da Silva, reconhece que, eventualmente, alguns motoristas agem fora dos padrões, mas ressaltou que eles sempre são pegos através de denúncia ou pelos fiscais da empresa e são encaminhados para reciclagem.

Já a Braso Lisboa recebeu dez reclamações abrangendo as linhas 209, 472, 474 e 476, o que a deixou em sétimo lugar no ranking. Um leitor afirmou que, na linha 209, a água do ar-condicionado fica caindo em cima dos passageiros. Em geral, as principais reclamações contra as linhas da empresa dizem respeito à motorista que não param nos pontos e que dirigem e fazem o trabalho de trocador ao mesmo tempo, vendedores ambulantes e baratas nos ônibus - principalmente os da Praia do Flamengo e da Praia de Botafogo. A empresa informou que o vazamento de água no interior do ônibus já foi sanado. Quanto à reclamação sobre baratas, a Braso Lisboa afirmou que contratou uma empresa para fazer o trabalho de dedetização. Mas, ressaltou que "o combate nem sempre é eficaz, uma vez que as baratas criam resistências ao veneno e este, por sua vez, não pode sair dos padrões de toxidade estipulados pela Inea". A empresa disse ainda que sua orientação é para que os motoristas só façam o troco com o veículo parado. Sobre as paradas no ponto, a Braso Lisboa afirmou que trata-se de um problema disciplinar e que o motorista é sempre punido de acordo com CLT. Com relação aos ambulantes, a empresa ressaltou que a orientação é não permitir a entrada deles nos ônibus, mas disse que alguns são violentos e por vezes têm agredido e até atentado contra a vida dos funcionários, além de apedrejarem e depredarem os ônibus.

A Viação Verdun recebeu nove reclamações sobre as linhas 238, 239, 247 e 455. A demora entre os carros foi a reclamação mais recorrente, seguida de os motoristas não pararem no ponto. Os leitores queixaram-se ainda de falta de manutenção e de ar-condicionado, acesso irrestrito de vendedores e ambulantes. A Viação Verdun afirmou que o acesso irrestrito de vendedores e pedintes, assim como a desobediência nas paradas nos pontos são práticas em desacordo com as normas da empresa. Segundo a viação, os profissionais são advertidos severamente. A empresa disse ainda que a frota é constantemente renovada. Sobre a demora de carros em geral, a Verdun informou que já vem adotando as devidas providências, através do monitoramento de toda a frota por GPS.

Também com nove reclamações ficou a Viação Saens Peña. Quanto à linha 409, as queixas referem-se a intervalos longos e irregulares e excesso de velocidade. Já com relação à linha 217 todas as reclamações se devem ao fato de os ônibus com ar-condicionado terem sido retirados de circulação. Segundo a supervisora de Desenvolvimento Humano da viação, Waldéa Portela, os congestionamentos podem acarretar dificuldades no cumprimento da frequência da linha 209. Sobre a 217, Waldéa ressaltou que há alguns anos a linha tem operado com frota mista, sendo a maioria sem ar. De acordo com ela, após a criação do serviço de integração da linha 217 com o Metrô, com todos os veículos dotados do equipamento, a demanda por veículos convencionais com ar-condicionado do serviço regular caiu drasticamente.

A Breda Rio ficou em décimo lugar no ranking, com 11 reclamações abrangendo as linhas 261, 484, 485, 498 e 497. Baratas, horário irregular, excesso de velocidade, carros velhos, pneus desgastados, superlotação e falta de ar-condicionado foram as principais queixas. A empresa não retornou ao contato feito pelo GLOBO.

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